o ritual pede sangue seu e meu mas não fala de facas nem especifica se deverá ser cortada a pele a vela branca é branca porque se diz pura os lençóis são brancos a espuma do mar a esclera do olho mas não a boca a boca é vermelha feito um rim feito o sol de cubatão o sangue o ritual pede uma oferta ouro e mirra ou leite materno concedo aos deuses essa dança a fé é o enfeite da espera a mão que zarpa em vontades pestaneja diante do desejo o ritual pede que se carregue sobre os lábios o gosto do beijo amparados pelo que nos contaram sobre o fim dos tempos nos separamos em pedaços de esperança e sonhamos (um band-aid é como o embrulho da dor e a pele está de fato cortada) combalidos deitamos no corredor frio da casa e tudo ao redor gira e não há nenhuma casa o chão as costas os bruços é tudo o que temos o ritual requer um pedido depois de muito pensar o encontramos santo antônio não foi feito santo por atos pregressos mas pela promessa de um futuro e ancorados nisso pedimos por tempo
a fé é o enfeite da espera
um poema
jul 30, 2025

Poesia Quase Todo Dia
este é o poesia quase todo dia, um podcast onde te entrego poesias e prosas curtas escritas por mim, eduardo furbino, um escritor & artista visual mineiro que vive no rio. vez ou outra, leio também textos de pessoas que me inspiram. veja mais poemas no instagram: @efurbino
este é o poesia quase todo dia, um podcast onde te entrego poesias e prosas curtas escritas por mim, eduardo furbino, um escritor & artista visual mineiro que vive no rio. vez ou outra, leio também textos de pessoas que me inspiram. veja mais poemas no instagram: @efurbinoOuça em
App Substack
Apple Podcasts
Spotify
Pocket Casts
RSS Feed
Share this post