voltando, lento e firme. faz uma coisa que você nunca fez? responde a este e-mail com a sua palavra favorita.
i.
às vezes paro e penso que tenho feito o que é possível que o saldo aqui é positivo todas as doenças sérias negativas e o açúcar no sangue exagerado (como se coração fosse bomba) e tenho feito o que combinamos que daríamos conta tenho tecido mortalhas amarrado os dias como penduricalhos carregado-os sobre ombros castigados pelo sol tenho dito que é o bastante comemorado certas vitórias acertado a conta e revisto o saldo aqui tudo é espanto e dúvida o que faço é só o que posso e minhas mãos se levantam gêmeas cobrindo o sol como se fossem nuvens para que eu repouse então sob meu próprio peso como um dia repousamos apesar do outro
ii.
ainda saber e não saber são as duas coisas a mesma coisa estar aqui e não estar trançar cabelos parir um filho lavar a louça do almoço pousar passarinhos à força em poleiros: o que requer esforço existe o que não existe está em paz
iii.
eu minto e tu fala: é arte há muito tempo aprendi a contar ao papel o que ele quer ouvir engano e invento e tu comemora: como é belo o contorno do indizível eu não entendo nada tudo o que conheço é lorota foi você que me chamou de algo mais (essa caneta na minha mão não é minha) digo que minto porque escrever não passa de deixar a mão se mover acompanhando o movimento de tudo o que não é ela conto ao papel a história do que é nosso e a ele convenço que ela termina em mim